O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu as críticas de especialistas do mercado e da oposição de que há um “retrocesso” na condução da economia do país. “Os fundamentos dela são sólidos, com uma inflação sob controle e que, há 10 anos, não ultrapassa as metas estabelecidas”, afirmou o chefe da pasta, durante a divulgação do oitavo balanço do segundo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2), ontem, no Palácio do Itamaray.
Mantega lembrou que o Banco Central não precisou dispor das economias em moeda estrangeira — atualmente em US$ 369,4 bilhões — e destacou que esse fato é uma das principais provas da estabilidade do Brasil. “Isso mostra que o país é sólido e que não precisa usar as reservas em tempos de turbulência”, ressaltou.
Apesar disso, o ministro reconheceu que 2013 não foi um ano fácil para a atividade nacional. “Mas a notícia boa é que o mundo está em recuperação, e isso ajuda o Brasil também”, disse, com o tom otimista de costume. Durante a apresentação, ele não deixou de ressaltar a importância das concessões em infraestrutura, a tábua de salvação do governo para o aumento dos investimentos no país. Segundo o chefe da Fazenda, a previsão é de que eles cheguem a R$ 291,9 bilhões entre 2014 e 2018.
Enquanto isso, a taxa de investimento do Brasil patina em 18% do Produto Interno Bruto, uma das mais baixas entre os países emergentes e até mesmo da América Latina. O recomendável para a economia crescer acima de 5%, na avaliação de especialistas, é que proporção fique acima de 25%. “Haverá um crescimento forte daqui para frente, vamos conseguir chegar a algo em torno de 25% na próxima década”, projetou o ministro. A promessa de campanha de Dilma era que esse patamar seria atingido em 2014.
Câmbio
No evento, o chefe da equipe econômica demonstrou tranquilidade em relação à cotação do dólar, que tem oscilado bastante, devido às incertezas nos Estados Unidos. “O câmbio flutua para cima e para baixo e está mais competitivo que em 2011, quando girava em torno de R$ 1,60 — e hoje está a R$ 2,16. É um patamar que dá mais competitividade às exportações, à indústria e ao setor agrário brasileiros”, afirmou.
Por Rosana Hessel/ Correio Braziliense