A economia brasileira ficou praticamente parada em agosto. Nos cálculos do Banco Central, houve um leve crescimento de 0,08%. É o que aponta o índice de Atividade Econômica da autarquia (IBC-Br), divulgado ontem (16). O resultado veio abaixo das previsões dos analistas do mercado, que apostavam numa alta, em média, de 0,2% do IBC-Br. Em julho, o índice sofrera retração de 0,34%. Com isso, os economistas já esperam um resultado negativo do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) no terceiro trimestre, mas contam com uma melhora no fim do ano.
"O IBC-Br confirma as expectativas do mercado de forte desaceleração da economia na virada do semestre. Após um PIB vigoroso de 1,47% no segundo trimestre, devemos apresentar uma estabilidade no terceiro trimestre e não podemos descartar, por ora, uma ligeira contração", afirma Daniel Cunha, analista da XP Investimentos.
O economista-chefe do INVX Global Partners, Eduardo Velho, espera melhora da atividade econômica no fim do ano. Ele lembra que o nível dos estoques não está tão alto quanto no passado e, por isso, a indústria terá de produzir mais para abastecer o varejo.
"Os estoques já foram desovados e devemos ver melhora da economia no último trimestre, mas o crescimento deve ser menos de 1% nos últimos três meses. Isso prova que a expansão de 1,5% do segundo trimestre (no PIB) foi um ponto fora da curva", diz Velho.
No ano o IBC-Br acumula um crescimento de 2,92%. Em 12 meses, a alta é de 2,31%. A previsão dos economistas ouvidos na pesquisa semanal Focus, do Banco Central, é que o PIB brasileiro crescerá 2,48% neste ano.
Por Gabribla Valente/ O Globo