CIMM entrevista o porta-voz da Sumitomo Electric Hardmetal do Brasil

Clayton Paulino é o porta-voz, gerente de vendas e o primeiro funcionário da empresa.

Com tradição centenária, a empresa Sumitomo Electric Industries (SEI) iniciou suas atividades no Japão em 1897. Mais de 110 anos depois, a empresa começou a se instalar definitivamente no Brasil. O mercado promissor e em grande expansão atraiu uma das empresas do Grupo Sumitomo, com 400 anos de história, ao País emergente.

Um ano depois de instalar a subsidiária em Campinas (SP), mais especificamente em outubro de 2012, a empresa iniciaria suas operações de vendas no Brasil. Com a estratégia de expandir seus negócios através de vendas diretas e distribuição, a empresa busca atingir, em cinco anos, 5% do mercado brasileiro de ferramentas de corte.

Positiva com o setor e com um ano de operações por aqui, o gerente de vendas, porta-voz e primeiro funcionário da Sumitomo Electric Hardmetal do Brasil, Clayton Paulino, concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal CIMM. Confira:

Há quantos anos a empresa atua no mundo e no Brasil?

O grupo Sumitomo tem mais de 400 anos, mas a divisão Sumitomo Electric Industries foi criada em 1897. No Brasil, a Sumitomo Electric Hardmetal do Brasil (SHMB) está estabelecida no País desde setembro de 2011, entretanto o início da operação de vendas foi em outubro de 2012. A empresa já atuava com revendedores e distribuidores que importavam dos Estados Unidos, mas em proporções muito inferiores ao que acontece hoje.

Por que abrir a empresa no Brasil? 

Não é novidade que o Brasil, como país integrante do BRICS, tem um mercado que vem crescendo muito nos últimos anos. Além disso, a SEI tem como objetivo expandir as vendas fora do mercado japonês, onde é líder consolidada no mercado de ferramentas de corte. Há alguns anos, a Sumitomo vem investindo forte em subsidiárias fora do país, como no Brasil, México, Rússia, Turquia e Indonésia. Como diferencial comparado aos outros, o Brasil está recebendo suporte técnico direto do Japão, com um engenheiro japonês que acompanha todos os trabalhos por aqui.

“O Japão já vinha ensaiando a vinda para o Brasil, e no final de 2011 decidiram pela abertura da SHMB”.

Por que fazer a inauguração da empresa no Brasil um ano depois do início das atividades comerciais no País?

Nossa empresa não era muito conhecida naquele período. Um grande problema que enfrentamos no início. Por isso, iniciamos na Usinagem [primeira feira e congresso do setor que a empresa participou no Brasil], no ano passado, onde procurávamos por distribuidores. As pessoas nos visitavam e a primeira pergunta era ‘a Sumitomo é chinesa?’. Então resolvemos dar um passo atrás e mudar um pouco a estratégia.  Na Feimafe [segunda feira brasileira da qual a empresa participou, que ocorreu em junho deste ano], por exemplo, fizemos um trabalho em duas frentes, com clientes e com a própria revista Manufatura em Foco. Começamos a olhar para outro mercado, o de pequenos e médios clientes para atendimento via distribuição e revenda. Então na Feimafe essa estratégia deu muito certo. Conseguimos contatos com diversas empresas do setor e durante a feira conversamos pelo menos 30 delas.

“Eu preciso ter um número x de pessoas na rua falando sobre a Sumitomo. Essa é a nossa estratégia”.

Quais as perspectivas do mercado brasileiro para o setor de ferramentas?

Apesar de o mercado ainda não apresentar sinais claros de recuperação, nós entendemos que alguns segmentos terão destaque, dessa forma estamos focando nossas atividades em desenvolvimento nesses setores. Uma das estratégias da SHMB é divulgar fortemente a marca nos principais mercados consumidores de ferramentas de corte, além de lançar nossos novos produtos.

“Queremos é trazer mais empresas interessadas em distribuir nossas ferramentas”.

Qual a expectativa da empresa a partir da Mercopar 2013, última feira realizada pela empresa em 2013, que acabou no início deste mês?

Além de apresentar a marca aos clientes locais, buscamos divulgar o nosso novo distribuidor autorizado, a All Tech Production, que irá cobrir todo o estado do Rio Grande do Sul. Acreditamos que esta região deve se tornar uma das principais regiões de vendas no país. Temos alguns clientes do setor agrícola no estado e estamos trazendo para o RS nossos lançamentos diretamente do Japão.

Qual(ais) a região(ões) em que a empresa está focada e quais os segmentos principais na indústria?

Nosso foco principal está em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, depois  Paraná, Minas Gerais, além de Amazonas e o Nordeste. Nesta última região, também estamos desenvolvendo um bom trabalho com distribuidor/representante em Pernambuco, já que o setor metalmecânico está em crescimento por lá.

Autopeças é o principal segmento, principalmente para caminhões e duas rodas, entretanto estamos investindo na indústria aeroespacial e agrícola. Já o setor de óleo e gás, estamos focados desde o início do ano, buscando tecnologia lá fora. Não é fácil de entrar, mas é onde estamos trabalhando com classes e geometria de metal duro e CBN para usinagem de materiais exóticos.

“Por enquanto nenhum produto é produzido no Brasil e 90% do que é vendido vem do Japão”.

Quais expectativas para o fechamento de 2013 e para o início de 2014 no Brasil?

Desde que iniciamos as vendas em outubro do ano passado, estamos expandindo nossas vendas. Nossa expectativa para 2014 é crescer 60% em relação a 2013. A estimativa é que as vendas no Brasil em 2013 possam representar 1% da nossa matriz no Japão. Hoje 51% do faturamento da SEI vêm do Japão, e o restante é divido entre as divisões pelo mundo.

 “Com relação a investimentos, temos planos para o próximo ano (2º semestre), entretanto depende de atingirmos alguns resultados de vendas até lá”.