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Depois da derrota sofrida em agosto, com a confirmação da revogação do Reintegra, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) confia na prorrogação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) para amenizar os efeitos da crise enfrentada pelo setor em 2013. O presidente executivo da entidade, José Velloso Dias Cardoso, acredita que a continuidade do plano, que concede incentivos por meio de juros a 3,5% ao ano para a aquisição da produção, deva ser anunciada até novembro.
No entanto, a expectativa é de que a taxa atual seja ampliada para acompanhar a trajetória de elevação da Taxa Selic, fixada nesta quinta pelo Comitê de Politica Monetária (Copom) do Banco Central em 9,5% ao ano. “Não acreditamos na extinção do PSI. Ainda não foi anunciado, mas temos a convicção de que será renovado até novembro. Terá pequenas modificações. Nem avanços, nem retrocessos. O que ocorre é que o atual PSI foi renovado em um ambiente de juros decrescentes. Acreditamos que será renovado, mas com um taxa de juros um pouco maior e que compense os aumentos da Selic”, declarou.
Velloso esteve em Porto Alegre na manhã desta quinta-feira para um almoço com os associados da entidade. Para o presidente executivo, o final do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários (Reintegra), que prevê até dezembro deste ano a devolução de 3% do valor de bens exportados, trará novos efeitos negativos para o setor.
Isso porque máquinas e equipamentos configuram a maior fatia das vendas externas entre os setores de valor agregado que compõem a economia brasileira - com 32% do faturamento oriundo das exportações. Do total, 40% é fruto das relações comerciais com os países da América do Sul. Outros 40%, são fruto dos embarques para União Europeia e Estados Unidos.
O presidente executivo lembra que o ano passado foi marcado por uma queda de 5% no faturamento bruto e que as perspectivas para uma possível retomada acabaram frustradas em 2013. No acumulado de janeiro a agosto, mesmo sobre a demanda reprimida, o setor registra retração de 7,6%. “A situação não é boa, é preocupante. É claro que, por se tratar de uma indústria dinâmica, alguns setores estão melhores”, afirma.
Nesse contexto, o destaque fica por conta de máquinas agrícolas, embalagens e indústria de consumo. Na outra ponta da balança, óleo e gás, mineração, cimentos, papel e celulose têm puxado o desempenho para baixo. Em comum, segundo Velloso, os setores possuem o fato de realizar investimentos ao mesmo tempo em que passam por um processo de substituição de produtos nacionais por importados.
Por Rafael Vigna/ Jornal do Comércio
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