O capital humano é, cada vez mais, um bem imensurável para as empresas. Contar com profissionais especializados, comprometidos e talentosos faz com que as companhias se tornem mais competitivas no mercado atual, independente da sua atuação e de seu porte.
Vivemos um período de quase desemprego zero, que somado à falta de mão de obra especializada em diversos setores da economia, resulta em um interesse pelos grandes talentos no mercado. A concorrência por um profissional de destaque, muitas vezes por empresas de ramos de atuação distintos, faz com que áreas de Recursos Humanos tenham que criar meios de reter os talentos.
O grande desafio das companhias é mostrar a seus colaboradores que elas não só querem oferecer as melhores condições para o dia-a-dia no trabalho, mas também se preocupam com o bem-estar e desenvolvimento dos profissionais. E isso não é feito através apenas de discursos motivacionais, mas com ações efetivas.
As empresas têm tentado de tudo, desde proporcionar diversos serviços e benefícios adicionais, entre eles academias e restaurantes internos ou seguro saúde e de vida, até criar formas de remuneração variável, incluindo ações da empresa, oferecendo, desta forma, bônus garantidos aos seus colaboradores.
Vem crescendo no mercado outro foco de benefícios para reter os talentos. Nessa vertente, as empresas estão investindo em cursos e treinamentos para os colaboradores. É a forma encontrada pelas companhias para manter na casa os profissionais de destaque, visto que muitas vezes eles não têm recursos financeiros para manter-se atualizados de acordo com as exigências do trabalho e do próprio mercado. Os colaboradores em geral ficam satisfeitos, pois podem ampliar seu próprio rol de habilidades e oferecê-lo à empresa, além de melhorar seus currículos e acumular importantes conhecimentos.
Além disso, essa estratégia não é benéfica apenas aos profissionais, mas as vantagens para a empresa também são inúmeras, tais como: especialização da mão de obra; melhoria na parte técnica e comportamental; oferta de estímulo à interação entre as equipes e chefias dos setores; e mudança na cultura do indivíduo e da própria companhia.
Não podemos esquecer que, além de treinamento e capacitação, as empresas devem garantir também que os colaboradores tenham desafios e perspectivas profissionais compatíveis com os cursos que estão fazendo, ou seja, que possam colocar em prática o que estão aprendendo.
Vale lembrar que é necessário sim oferecer um plano de carreira que garanta o desenvolvimento profissional dos funcionários, estabelecendo novos desafios, além de permitir a perspectiva de melhores salários e de possibilidades de ascensão no trabalho. Neste caso, o grande objetivo é levar à realização pessoal de quem trabalha, o que pode ser considerado um dos principais fatores para a retenção de talentos pelas empresas. Impedir o crescimento de um colaborador pode levá-lo a procurar novos ares.
Como dito, reter um talento é extremamente importante nos dias atuais, mas os gestores também precisam lembrar da importância de integrar perfeitamente os funcionários que possuem alto potencial com o resto da equipe, influenciando, portanto, na cultura geral da organização.
Cada empresa tem sua particularidade e deve adequar suas estratégias da melhor maneira, mas o valor pessoal dos colaboradores deve sempre ser destacado e tomado como item principal para os gestores de Recursos Humanos. Talentos únicos são um ativo e perdê-los representa um impacto negativo.
*Cristina Bonini é responsável pela área de Gestão de Pessoas, Performance e Cultura da KPMG Brasil. Trabalha na empresa desde 1993, inicialmente dentro da área de treinamento de auditoria, passando para a posição de Gerente responsável pelo treinamento, e posteriormente sendo promovida para o departamento de RH. Formada em Biblioteconomia e Pedagogia, com especialização em Psicodrama Aplicado, com MBA pelo ESPM.