Dólar volta a superar R$ 2,30 e atinge maior patamar em mais de quatro anos

Estrangeiros aumentam apostas no mercado futuro em alta da divisa.

Sem novas intervenções do Banco Central, o dólar fechou ontem (5) com valorização de 0,65%. A moeda americana encerrou negociada a R$ 2,303 na venda, a maior cotação desde o dia 31 de março de 2009. Na máxima do dia, o dólar comercial foi negociado a R$ 2,307. Para analistas, desde a semana passada o dólar se consolidou no patamar de R$ 2,30 em relação ao real. O dólar turismo, usado por brasileiros que viajam ao exterior, terminou cotado a R$ 2,42 na venda, uma alta de 0,83% em relação ao fechamento de sexta-feira (2). Dados mais fortes do setor de serviços da economia americana, sinalizando que ela continua em recuperação, reforçaram a tendência de valorização do dólar frente a outras divisas.
 
"O dólar subiu pelos motivos conhecidos: saída de recursos pela conta financeira, perspectiva de baixo crescimento do país e indicadores mais consistentes da economia americana. A tendência para o dólar continua sendo de valorização frente ao real", disse Fernando Bergallo, gerente de câmbio da Tov Corretora.
 
Bovespa tem baixa de 0,08%
 
Segundo operadores de câmbio, os estrangeiros também voltaram a aumentar sua posições "compradas" em dólar no mercado futuro, apostando na alta da moeda. Isso elevou a pressão sobre a divisa no mercado doméstico.
 
Na Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, índice de referência do mercado, fechou praticamente estável, com leve baixa de 0,08%, aos 48.436 pontos e apenas R$ 4,6 bilhões negociados. Pesaram sobre o índice a desvalorização das ações de bancos e da Petrobras.
 
A média diária negociada na Bovespa caiu 32,5% entre junho e julho e passou de R$ 8,94 bilhões para R$ 6,03 bilhões, com a participação menor de investidores estrangeiros por causa das férias de verão nos Estados Unidos e na Europa.
 
Entre as ações mais negociadas, Vale PNA subiu 1,19% a R$ 28,74; Petrobras PN teve queda de 0,95% a R$ 16,65 e OGX Petróleo ON teve elevação de 1,69% a R$ 0,60. A maior alta foi apresentada pelos papéis ON da Oi, com valorização de 5,04% a R$ 4,79.
 
Por João Sorima Neto/ O Globo

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