Depois de fazer uma série de ajustes operacionais, a fabricante de máquinas industriais Romi superou as expectativas em seus resultados do segundo trimestre. De agora em diante, a palavra de ordem é o conservadorismo, em busca da melhora de sua rentabilidade e de resultado líquido positivo.
"Não focamos muito no crescimento de faturamento, mas em trazer de volta a rentabilidade", afirmou ao Valor Livaldo Aguiar dos Santos, presidente da empresa. Segundo o executivo, a empresa tem dado prioridade para os ajustes internos e para o desenvolvimento de produtos, em detrimento do aumento da capacidade produtiva.
A empresa divulga prejuízos trimestrais desde o terceiro trimestre de 2011, mas entre abril e junho deste ano reduziu significativamente suas perdas, com um resultado negativo de R$ 3,9 milhões. Desconsiderando a Romi Itália - operação que está em liquidação e que ainda vai pesar nos próximos balanços - a companhia teria um lucro de R$ 5,1 milhões. Já a receita da empresa cresceu 45% em relação ao segundo trimestre de 2012, para R$ 151,4 milhões.
Na opinião de analistas, ao mesmo tempo em que começa a colher os frutos de seus ajustes internos, a Romi tem sido beneficiada pela melhora do segmento de veículos pesados, que tem grande participação em suas vendas. Além disso, o setor de bens de capital, consumidor de máquinas industriais, já começa a mostrar alguma recuperação, diz Mário Bernardes Junior, analista do BB Investimentos.
Junior lembra que, por conta das dificuldades enfrentadas pelo setor nos dois últimos anos, a empresa teve de adequar suas despesas, reduzir o quadro de funcionários, negociar com fornecedores e reduzir estoques, entre outros ajustes. "A Romi teve de se mexer, e os resultados que vem apresentando desde o quarto trimestre do ano passado mostram que a estratégia está dando certo. Não estamos vendo crescimento, mas vemos recuperação", diz o analista.
A expectativa do BB Investimentos é que a empresa termine 2013 com um prejuízo de R$ 162 mil. A companhia não descarte terminar no azul. O maior risco, diz Junior, é uma eventual desaceleração econômica forte, o que pode reduzir os investimentos no setor de bens de capital no Brasil.
Analistas do Itaú BBA mantiveram recomendação "underperform" (equivalente a venda) para as ações da companhia.