Queda da confiança da indústria é a maior desde dezembro de 2008

Queda da confiança da indústria é a maior desde dezembro de 2008

As turbulências no cenário externo e a falta de dinamismo da economia levaram o índice de Confiança da Indústria a registrar na prévia de julho uma queda de 3,6%, a mais intensa desde dezembro de 2008, quando economia ainda sofria os reflexos da crise global.
 
Entre os fatores que ajudaram a derrubar o indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) está a alta dos juros pelo Banco Central. "O otimismo da virada do ano foi se transformando. (...) Agora, se espera um ritmo de recuperação mais fraco para o segundo semestre", afirmou o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo.
 
A prévia mostra uma frustração do empresariado com o ritmo de recuperação da indústria. Campelo lembra que a frustração vinha se delineando nos últimos meses, mas se aprofundou em julho. Por trás desse movimento, diz, está a alta dos juros e a falta de resposta da economia às medidas de incentivo adotadas pelo Governo.
 
Além disso, Campelo cita a desaceleração da economia chinesa e os problemas na Argentina e na Europa. O alento vêm dos EUA, mas, como o país não é mais um parceiro comercial tão relevante, disse, o impacto da recuperação é limitado. Segundo Campelo, o resultado da prévia de julho aponta para uma queda disseminada, mas é maior nos bens duráveis.
 
A recente onda de manifestações populares também contribuiu para o resultado do índice de confiança da indústria. "A turbulência gera mais incerteza. Os dados mostram que houve uma diminuição das encomendas em julho", afirmou Campelo.