O índice de confiança da indústria (ICI) caiu 1,1% em junho em relação a maio, passando de 105,0 para 103,8 pontos no período, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Trata-se do menor nível do indicador desde julho de 2012 e indica que, após a aceleração observada no início do ano, a indústria apresenta um ritmo moderado de atividade na virada entre o primeiro e o segundo semestre de 2013.
Para o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo, os números gerais do ICI mostram que a percepção das empresas não tem apresentado muita volatilidade. "O resultado do mês é de desaceleração, mas os números gerais mostram que a confiança parece andar um pouco de lado." Segundo ele, ao longo de 2012, houve uma recuperação modesta da confiança que perdeu fôlego. Para ele, um dos motivos da confiança não estar aumentando de maneira consistente é que "esta recuperação é pouco disseminada". "É algo que tem sido influenciado por segmentos pontuais."
De acordo com os números da FGV, dos 14 setores avaliados em junho, seis apresentaram alta na confiança, sete tiveram queda e um ficou estável – em maio, esses números eram 9, 4 e 1, respectivamente. "Em abril, três estavam em alta e dez em queda. É uma recuperação pouco disseminada", reforçou ele.
Para o economista, o Índice de Expectativas (IE), que registrou a quarta queda consecutiva, ao recuar 2,6% em junho ante maio, tem relação com a evolução da situação econômica.
De acordo com ele, o endividamento das famílias e o consumo em queda colaboraram para "calibrar para baixo as expectativas do setor industrial". Campelo reforçou ainda que o câmbio é um fator que altera as expectativas. "A situação ainda está muita incerta. Neste mês, o dólar teve um movimento surpreendente."
Além disso, o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci), medido pela FGV, recuou 0,2 ponto porcentual em junho, para 84,4%, voltando ao mesmo nível registrado em janeiro.