A Ford celebrou a produção do primeiro Cargo extrapesado na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, na manhã da terça-feira (25). Apesar de já estar sendo produzido em série, o modelo, responsável por colocar a Ford neste segmento, só estará disponível nas concessionárias em setembro. O novo diretor de operações de caminhões da Ford América do Sul, Guy Rodriguez - que substitui Oswaldo Jardim (leia aqui) -, conta que a capacidade produtiva da unidade não foi alterada para antecipar as vendas.
“Temos cerca de 700 funcionários trabalhando em um turno, durante cinco dias, o que nos capacita a produzir tanto o extrapesado como a nova Série-F, que começa a ser fabricada no ano que vem (leia aqui). Atualmente, a planta é capaz de fazer 160 caminhões por dia, volume ao qual temos nos aproximado”, comentou Rodriguez.
Algumas alterações foram feitas na unidade para receber o novo caminhão. Uma das mudanças foi a elevação do teto e dos transportadores aéreos para acomodar a cabine de tamanho maior. A Ford diz que a linha de montagem também recebeu novos equipamentos para garantir o nível de qualidade e produtividade, mas não revela quais.
Tanto o desenvolvimento do Cargo, que é o primeiro caminhão global e também o primeiro extrapesado da marca, quanto a adaptação da fábrica, foram realizados com parte do investimento de R$ 670 milhões, que tem sido aplicado pela Ford Caminhões no período 2011-2015 para ampliar a sua participação no segmento de comerciais.
Desenvolvimento
O maior dos Cargo, segundo Oswaldo Jardim, que participou de todo o seu projeto, começou a ser desenvolvido em 2009 em parceria com a Ford Turquia, onde o já é vendido desde janeiro deste ano. É equipado com motorização FPT de 420 cavalos de potência tanto para o modelo com tração 6X2 (configuração Cargo 2042) quanto para o 6X4 (Cargo 2842). A capacidade máxima de transporte é de 56 toneladas.
A Ford ainda não revelou detalhes técnicos e nem preço do Cargo extrapesado brasileiro (os preços do segmento giram de R$ 350 mil a R$ 400 mil). Mas Jardim assegura que o modelo tem índice de nacionalização acima de 60% e, portanto, poderá ser financiado pelas taxas atrativas do BNDES Finame/PSI, de 4% a partir do segundo semestre.
Parte das unidades produzidas no País, segundo o vice-presidente Rogelio Golfarb, serão exportadas à América do Sul. A Argentina será o principal cliente.
Vendas
A Ford não dá pistas de quanto está produzindo do novo Cargo e muito menos de quantas unidades pretende vender. Mas deixa claro que a sua aposta é alta no segmento de extrapesados, que vem crescendo no País: em 2009, foram vendidas 20,5 mil unidades (20,5% do mercado); em 2011, quase 40 mil (23%); e em 2012, 33,7 mil (24,6%).
“2013 é o ano de caminhões para o Brasil. E entrar no segmento de extrapesados representa muito para Ford, que agora passa a ter uma linha completa de caminhões. As vendas dos modelos extrapesados somaram mais de R$ 10 bilhões em 2012 e continuarão a crescer em 2013 com a safra recorde. Estamos confiantes de que o Cargo atenderá as necessidades do mercado”, declarou o presidente da Ford Brasil e Mercosul, Steven Armstrong.
Diante da ascensão dos extrapesados, a Ford prevê que o mercado total de caminhões fechará 2013 com 152 mil unidades vendidas, com crescimento de 8% sobre 2012. Os extrapesados deverão responder por cerca de 40 mil unidades.
Por Camila Franco/ Automotive Business