Imagine pegar o metrô ou um ônibus especial para ir ao aeroporto. Ao chegar, você não desce do seu assento. Em vez disso, a cápsula que estava sobre trilhos ou sobre rodas é retirada, com você e todos os demais passageiros dentro, e colocada gentilmente no avião, que decola rapidamente.
Esta é a proposta do Clip-Air, um projeto idealizado por engenheiros da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça. A ideia é construir um avião modular, essencialmente uma asa voadora cheia de "cabides", onde as cápsulas podem ser conectadas e desconectadas rapidamente.
Os primeiros modelos em escala reduzida do avião modular, que permite conectar uma, duas ou três cápsulas, serão apresentados na próxima semana durante o Paris Air Show, na França.
Flexibilidade no transporte aéreo
Apesar de ser um projeto muito futurista, e aparentemente distante de fazer seu primeiro voo, a equipe que o idealizou afirma estar trabalhando sob restrições rigorosas para manter a sua viabilidade técnica.
"Nós ainda temos que superar várias barreiras, mas acreditamos que vale a pena trabalhar nesse conceito, tão diferente da tecnologia atual de aeronaves, mas que pode ter um impacto enorme na sociedade," disse Claudio Leonardi, responsável pelo projeto Clip-Air.
O objetivo principal é dar flexibilidade ao transporte aéreo, integrando-o com os meios de transporte usados nos grandes centros urbanos, cujos aeroportos estão próximos do limite operacional em todo o mundo.
Avião modular
O avião inclui todo o suporte de voo, incluindo asas, turbinas, cabine de comando, tanques de combustível e trens de pouso e decolagem. Os módulos, que poderão ser projetados para passageiros ou carga, poderão pesar até 30 toneladas quando totalmente cheios.
No caso dos passageiros, cada módulo poderá levar até 150 pessoas, juntamente com suas bagagens. No caso de carga, os módulos poderão substituir os contêineres, indo diretamente da fábrica para o avião, agilizando toda a logística de distribuição, exportação e importação.
Segundo os projetistas, o avião modular permitirá uma grande economia de combustível, já que será capaz de transportar o mesmo número de passageiros que um Airbus A320, mas usando apenas metade dos motores. Em outras palavras, voar com três módulos sob a mesma asa seria mais barato - em termos de consumo de combustível - do que ter três aeronaves da mesma capacidade voando de forma independente e com igual velocidade e altitude.