O acordo automotivo entre Brasil e Argentina, que estabelece quotas de comércio de veículos entre os dois países e expira no fim deste mês, deverá ser prorrogado, admitiu nesta quinta-feira (6) Luiz Moan, presidente da Anfavea, associação que reúne as montadoras. O livre comércio para as transações envolvendo veículos entre os dois países, que deveria vigorar a partir de 1º de julho, portanto, ficará para um outro momento.
De acordo com Moan, representantes dos governos brasileiro e argentino já iniciaram as negociações sobre o tema e a expectativa é de que a prorrogação dos termos atuais do acordo seja anunciada até o fim do mês.
"Apesar de defendermos o livre comércio, as conversações seguem e esperamos ter um bom cenário, que poderia ser, para mais um ano ou 18 meses. Para dar um tempo aos dois governos de um novo acordo por um tempo maior", disse Moan.
O acordo automotivo entre Brasil e Argentina entrou em vigor em julho de 2008, e estabelece que para cada US$ 100 em veículos e peças importados da Argentina, o Brasil pode habilitar-se a importar US$ 195 fabricados no país vizinho livres de tarifa de importação.
Em 2012, as montadoras brasileiras exportaram US$ 9,1 bilhões para a Argentina, e importaram US$ 8,1 bilhões em carros produzidos no vizinho.
A produção nacional de veículos atingiu 348,1 mil unidades em maio, volume 21,8% maior que o do mesmo mês de 2012 e um novo recorde mensal do setor, segundo balanço divulgado ontem pela Anfavea. Nos cinco primeiros meses do ano, a produção nacional já soma 1,54 milhão de unidades (entre automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões), 18,6% mais que há um ano.
Retomada das exportações
Embora tenham caído 5,2% em relação a abril, no mês passado as vendas de veículos no mercado interno cresceram 10% ante maio de 2012, alcançando 316,2 mil unidades. No acumulado do ano, já foram comercializados no país 1,48 milhão de veículos, um aumento de 8,6% em relação às vendas dos cinco primeiros meses do ano passado.
A Fiat manteve a liderança como a marca mais vendida em maio, com 67,84 mil unidades vendidas em maio. Por uma pequena margem e embalada por uma série de novos lançamentos, a General Motors (GM) tomou da Volkswagen o segundo lugar, com 53,86 mil unidades, contra 53,82 mil comercializadas pela rival alemã.
Mesmo com o bom desempenho do mercado até aqui, a Anfavea manteve inalteradas suas projeções para o ano: aumento entre 3,5% e 4,5% para as vendas internas (para 3,93 milhões a 3,97 milhões de unidades) e de 4,5% na produção (ou 3,54 milhões de unidades).
Ajudadas pelo fortalecimento do dólar ante o real, as exportações de veículos vêm se recuperando. Entre janeiro e maio as montadoras embarcaram para o exterior 215 mil veículos, número 13,4% maior nos primeiros cinco meses de 2012. Em valores, a alta foi de 7,3%, ou US$ 5,1 bilhões.