Pequenos empreendedores detêm 40% dos empregos no país, diz SAE

Número de pequenos empreendedores recuou, mas vagas aumentaram.

Os pequenos empreendedores respondem, diretamente, por 40% dos postos de trabalho disponíveis no país, segundo a publicação “Vozes da Classe Média”, divulgada nesta segunda-feira (29) pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.

Dos 92 milhões de trabalhadores estimados no Brasil, 22 milhões são pequenos empreendedores. Destes, 19 milhões são trabalhadores por conta própria, e 3 milhões são empregadores com até 10 empregados. Somente fora do setor agropecuário, os pequenos empreendimentos empregam 15 milhões de trabalhadores, aponta a SAE.
 
Ao todo, os pequenos empreendedores são diretamente responsáveis por 37 milhões de postos de trabalho, somando os postos dos próprios empreendedores e os daqueles que eles empregam.
 
Na última década, no entanto, o número de pequenos empregadores diminuiu, recuando em 120 mil de 2001 a 2011. O aumento de postos de trabalho cresceu principalmente em função da contratação de mais empregados pelos pequenos empreendimentos, com a média de empregados passando de 4,8 para 6,4. Já o número dos trabalhadores por conta própria cresceu pouco – 2 milhões no período analisado.
 
Dos 15 milhões de postos de trabalho gerados na última década, 6 milhões foram resultado da expansão no número de pequenos empreendedores e nos empregos que geram – 39% do total.
 
Lá fora
 
Segundo a SAE, usando dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em relação à média mundial o Brasil tem uma maior proporção de empregadores e trabalhadores por conta própria em sua força de trabalho. No Brasil, 4,3% da força de trabalho é formada por empregadores, enquanto a média mundial é de 3,9%. Já entre os trabalhadores por conta própria, no Brasil eles representam 20,5% do total, enquanto a média mundial é de 19,5%.
 
Formalização e renda
 
Dos 6 milhões de novos postos de trabalho que os pequenos empreendedores geraram ao longo da última década, 95% eram formais.
Em média, segundo a pesquisa, a remuneração nos postos de trabalho nos pequenos empreendimentos é de R$ 1,2 mil mensais, pouco menor que a do conjunto dos trabalhadores brasileiros, de R$ 1,3 mil. Com quase 40 milhões de postos de trabalho, a massa de rendimentos supera R$ 500 bilhões por ano “o que representa 39% do volume total de remunerações do País e é superior ao PIB de diversos países, como o Chile”, diz a SAE.
 
No período analisado, a remuneração dos empregadores teve um crescimento anual de 0,6% ao ano, enquanto a de seus empregados e a dos trabalhadores conta própria cresceu a uma taxa superior a 2% ao ano.
 
“Não por acaso a porcentagem de empregados dos pequenos empreendedores que pertencia à classe baixa foi reduzida à metade de sua posição inicial, passando de 36% em 2001 para 17% em 2011. O resultado disso é que, hoje, quase dois terços (2/3) dos empregados dos pequenos empreendedores já integram a classe média”, afirma SAE.
 
Houve redução, também, na fatia de pequenos empreendedores (empregadores e conta própria) pertencentes à classe baixa, passando de 39% em 2001 para 21% em 2011. Outros 49% pertencem à classe média (ante 41% em 2001), enquanto 30% são da classe alta.
 
“A expansão da classe média entre os pequenos empreendedores poderia ter sido ainda mais acentuada. Só não o foi porque a classe alta também se expandiu significativamente (10 pontos percentuais, passando de 20% dos empreendedores para 30%)”, aponta o documento.
 
Entre os trabalhadores por conta própria, 51% pertencem à classe média, enquanto 23% estão na classe baixa e 26% na classe alta.

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