Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) somaram R$ 37,2 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com alta de 52% na comparação com o mesmo período de 2012.
O nível dos desembolsos é o mais alto da história do BNDES para o primeiro trimestre e indica uma recuperação expressiva dos investimentos, com destaque para as liberações destinadas a máquinas e equipamentos e ao setor industrial. O ritmo das aprovações do Banco vai na mesma direção da retomada do nível de atividade, com total de R$ 40,7 bilhões e alta de 51%.
Outro destaque do período foram os desembolsos para micro, pequenas e médias empresas, que chegaram ao recorde de R$ 15,1 bilhões, aumentando 50% em relação aos três primeiros meses do ano passado. A indústria respondeu por 36% (R$ 13,5 bilhões) dos desembolsos totais, com forte alta de 109%.
Modernização de equipamentos
Todos os segmentos industriais tiveram resultado positivo entre janeiro e março deste ano, com destaque para máquinas e equipamentos. As liberações automáticas do Banco, por meio da Finame, atingiram R$ 16,3 bilhões, com crescimento de 70%. Desse total, R$ 4,8 bilhões foram destinados a “equipamentos não-transporte”, ou seja, a máquinas industriais diretamente vinculadas a investimentos em ampliação de capacidade produtiva e modernização.
Esta categoria de bens de capital apresentou alta de 90% nos desembolsos em relação a janeiro/março de 2012. Nela estão segmentos fundamentais à expansão industrial, que ampliaram investimentos na aquisição de maquinário de caldeiraria (596%), máquinas-ferramentas (135%) e máquinas para movimentação de carga (115%).
Para equipamentos de transporte, onde estão classificados ônibus e caminhões, o Banco liberou R$ 8 bilhões no primeiro trimestre de 2013, com alta de 44%. Já os desembolsos a equipamentos agrícolas (tratores, implementos e colheitadeiras, entre outros), incrementados pela safra recorde de grãos, aumentaram 129%, totalizando R$ 3,6 bilhões.
Os fortes desembolsos para bens de capital mostram o alcance e a importância do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), que oferece taxas mais baixas para a aquisição de máquinas e equipamentos. Os desembolsos do PSI somaram no primeiro trimestre R$ 20,2 bilhões, contribuindo para o aumento da competitividade da indústria nacional.
Tendência de expansão
Os enquadramentos e as consultas fecharam o trimestre com queda de, respectivamente, 12% e 11%. Os números, entretanto, não indicam diminuição da disposição do empresariado em investir, porque foram fortemente influenciados por uma única operação: um limite de crédito à Petrobras, de R$ 9,4 bilhões, que passou pelos estágios de consulta e enquadramento no BNDES no primeiro trimestre de 2012.
A análise do desempenho setorial do BNDES revela que em janeiro/março deste ano as liberações para infraestrutura atingiram R$ 9,3 bilhões. O número representa queda de 7% em relação a 2012, mas a tendência para o setor é de expansão, já que as aprovações, de R$ 15 bilhões, cresceram 73%. O segmento de transporte ferroviário e rodoviário deu importante contribuição a esse resultado.
Para comércio e serviços, o Banco liberou R$ 9,7 bilhões (alta de 65%) e aprovou R$ 10,8 bilhões (mais 34%). Para agropecuária, as liberações foram de R$ 4,7 bilhões, com crescimento de 113%, em relação a janeiro/março de 2012. Já as aprovações do setor ficaram em R$ 3,6 bilhões (expansão de 63%).