A Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (ABIMEI) apoia a decisão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de rever a lista de produtos que tiveram aumento da alíquota de importação em outubro passado, com o objetivo de proteger a indústria nacional. A equipe econômica avalia que algumas empresas beneficiadas com este aumento aproveitaram a oportunidade para elevar os preços. O governo vai apresentar a nova lista à Câmara de Comércio Exterior (Camex), na reunião agendada para 18 de março.
De acordo com o presidente da Abimei, Ennio Crispino, o setor de bens de capital como um todo foi atingido pelo aumento do Imposto de Importação. Além de insumos, a lista incidiu também sobre centros de usinagem, motores e geradores, extrusoras, pás-carregadoras e escavadoras hidráulicas usadas na indústria de construção. Para estes bens, o imposto subiu de 14% para 25%. “Tivemos redução média de 20% no volume de negócios, devido a este aumento”, afirma Crispino.
O presidente defende que em alguns casos o aumento deveria ser revisto. "A atual situação já mostra que o mesmo foi injustificado devido aos poucos fornecedores nacionais capazes de atender a demanda de alguns equipamentos, como é o caso dos centros de usinagem. Outro motivo adicional é o fato dos fabricantes nacionais oferecerem suas máquinas com o atual Finame PSI, que tem uma taxa de juros subsidiada muito atrativa (3,5% ao ano), o que faz com que não tenham motivos para conceder descontos aos clientes interessados", explica.
Crispino afirma que já se nota em 2013 um aumento na procura por máquinas, devido principalmente aos reflexos do novo regime automotivo. Segundo ele, os prazos dos fabricantes nacionais de centros de usinagem já estão dilatados e os preços também foram majorados acima daqueles verificados até setembro de 2012. "Não podemos punir com preços mais altos os empresários brasileiros que desejam investir em aumento de produção, renovação tecnológica e melhoria de produtividade”, afirma.
Para Crispino, a solução para o acréscimo nos preços seria revogar imediatamente ao aumento de alíquota de importação de 14% para 25%, o que traria de volta a normalidade dos preços, sobretudo, dos fabricantes nacionais.