A General Motors (GM) faz hoje (27) a inauguração oficial de sua fábrica de motores em Joinville (SC), um empreendimento que recebeu investimentos de R$ 350 milhões para dar fôlego ao objetivo da montadora de aumentar sua produção de carros em 100 mil unidades por ano.
Em plena capacidade, a nova unidade vai produzir anualmente 120 mil motores e 200 mil cabeçotes. Os motores vão abastecer a fábrica da GM em Gravataí (RS) para equipar o hatch Onix, compacto que começou o ano como o quinto carro mais vendido do país. Também na fábrica gaúcha, os motores serão usados na fabricação do novo Prisma, a versão sedã do Onix, lançada ontem (26) pela Chevrolet.
Além disso, parte dos cabeçotes produzidos em Joinville - cerca de 80 mil peças - será exportada para a fábrica da GM na Argentina. A unidade catarinense começou a funcionar em outubro, mas só hoje (27) acontece sua inauguração de forma oficial, com a presença de autoridades locais como o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), e o prefeito do município, Udo Dohler (PMDB).
No momento, as linhas de produção estão em fase de aceleração e devem alcançar plena capacidade num prazo de 30 a 60 dias, informou Jaime Ardila, que desde dezembro acumula o comando da montadora na América do Sul com o cargo de presidente da filial no Brasil.
O executivo diz que a fábrica de Joinville é complementar à linha de motores no complexo industrial da GM em São José dos Campos (SP), onde a empresa tem uma tumultuada relação com o sindicato local, mas se comprometeu a realizar investimentos de R$ 500 milhões após fechar no mês passado um acordo para flexibilizar as relações trabalhistas. "Não há impacto para São José. A fábrica de Joinville corresponde à produção adicional que precisamos, já que vamos produzir 100 mil carros a mais [por ano]."
Por outro lado, segue suspenso o plano de construir, também em Joinville, uma fábrica de transmissões, um projeto de mais de R$ 700 milhões que foi engavetado por conta da crise na Europa, para onde iria boa parte da produção.
Ardila informou que a montadora levará mais tempo para anunciar um novo programa de investimentos no Brasil, antes aguardado para o início deste ano. "Não vamos ter isso agora. Vai ficar mais para a metade do ano. Ainda temos muito a discutir."
Já sobre a sucessão na presidência da GM no país - após a americana Grace Lieblein deixar o cargo no fim do ano passado -, ele disse que seguirá acumulando a função e que não está procurando um executivo para o comando da filial brasileira. "Não estou buscando ninguém. Estou à vontade com as duas funções."
Por Eduardo Laguna/ Valor Econômico