Crédito mais amplo deve impulsionar setor de carrocerias

Regras de financiamento definidas pelo governo devem impulsionar o setor de implementos rodoviários em 6,5% em 2013

Regras mais claras e definidas pelo governo para financiamentos de longo prazo devem ajudar a impulsionar o setor de implementos rodoviários em 6,5% neste ano. Formado por um universo de mais de 1,3 mil fabricantes, dos quais 89% são pequenas e médias empresas, o segmento produtor de carrocerias e reboques depende diretamente do crédito para poder vender. Foi exatamente a falta dele que prejudicou as vendas no último ano, quando a indústria amargou uma queda de 16% nos negócios as vendas.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), Alcides Braga, o estabelecimento de regras mais claras para o programa de financiamento de máquinas e equipamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Finame PSI, a partir de setembro, deu o empurrão que faltava para que o setor começasse a se recuperar. "Nossa indústria se fomenta com o financiamento, porque pouco se compra com recursos próprios", diz. 
 
O executivo explica que, muitas vezes, a própria instituição financeira inclui o implemento rodoviário no momento da compra de um caminhão. "A contratação de modalidades como leasing e CDC (crédito direto ao consumidor) é impraticável neste mercado, porque o juros, que no Finame é de 3% ao ano, salta seis a sete vezes esse valor", acrescenta Braga. 
 
O segmento leve (carroceria sobre chassi) registrou queda de 18% com relação ao resultado de 2011, totalizando 107,8 mil unidades. No segmento pesado (reboques e semirreboques), a retração foi de 11,6%, com 52,5 mil unidades. 
 
A mudança das regras para financiamento e as medidas de apoio à produção, com desonerações, vão auxiliar na retomada neste ano, segundo Braga. 
 
No ano passado, o setor enfrentou ainda as consequências do desaquecimento industrial em geral. A queda na atividade em 2012 contribuiu para a retração nos negócios da indústria de implementos rodoviários. 
 
Além do crédito para os clientes, o setor ainda tem problemas para obter linhas para financiar a produção. "Com tantas pequenas e médias empresas, a dificuldade é grande para se obter recursos, em função das exigências das instituições financeiras", afirma o diretor-executivo da Anfir, Mario Rinaldi.