por
Marilda Cherobim Simoncini | 19/12/2024
Notícias
Números demonstram a necessidade de investir em eficiência energética para assegurar a sustentabilidade financeira e ambiental
A indústria automotiva tem se movimentado para reduzir sua pegada de carbono, automatizando suas linhas de produção para atender às demandas relacionadas às mudanças climáticas. Afinal, todos os setores precisam estar alinhados com as práticas de preservação ambiental, o que inclui a melhor gestão dos recursos naturais, a redução da emissão de gases, a economia de energia elétrica, a diminuição de resíduos e muitos outros fatores.
Dentro deste cenário, a eficiência energética se destaca como um elemento crucial para aumentar a produtividade, reduzir custos e minimizar os impactos das atividades do setor automotivo nas mudanças climáticas.
O setor industrial é apontado como um dos maiores consumidores globais de energia. No Brasil, a indústria responde por cerca de 30% do consumo de energia, segundo a Empresa da Pesquisa Energética (EPE), órgão do governo federal que realiza pesquisas sobre o setor energético.
De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o primeiro semestre de 2023 registrou um crescimento de 5,2% no consumo de energia elétrica das grandes indústrias. Ainda segundo a CCEE, que avalia 15 ramos de atividade econômica, as montadoras utilizaram uma média de 788 megawatts em janeiro, um aumento de 3,1% em comparação com o mesmo período de 2022.
Estes números demonstram a necessidade de investir em eficiência energética para assegurar a sustentabilidade financeira e ambiental.
Como a conta de luz está entre os três maiores custos de produção do setor industrial, ao lado dos gastos com pessoal e bens intermediários, reduzir a fatura de energia elétrica é fundamental para garantir maior sustentabilidade financeira.
Continua depois da publicidade |
Cálculos do Plano Decenal de Expansão de Energia 2030, da EPE, apontam que os ganhos com eficiência energética reduzirão aproximadamente 6% do consumo de eletricidade da indústria em 2030.
O primeiro passo para melhorar a eficiência energética é compreender o quanto e onde é utilizada a energia nos processos produtivos. A montadora pode realizar uma auditoria energética, com pessoal interno ou com a ajuda de profissionais, para identificar suas fontes de energia, padrões de consumo e potenciais oportunidades de economia.
Outra forma de melhorar a eficiência energética é atualizar seus equipamentos e tecnologias com alternativas mais eficientes e modernas.
Isto pode envolver a substituição ou retrofit de máquinas, aparelhos, sistemas de iluminação obsoletos ou ineficientes por modelos mais novos e mais eficientes em termos energéticos, ou a modernização de equipamentos existentes com dispositivos ou controles que economizam energia, como inversores de frequência que são capazes de reduzir o consumo ao ajustar a velocidade dos motores às demandas específicas do momento, otimizando o desempenho sem desperdício.
E não podemos deixar de lembrar a importância da conectividade para gerenciar e otimizar a eficiência energética. Aproveitando os avanços tecnológicos nos dispositivos e nas redes industriais, as montadoras podem agora rastrear os padrões de consumo de energia em cada setor e cada etapa das linhas de produção e montagem.
Ao rastrear cada peça de maquinário no local, gestores obtêm visibilidade granular do consumo de energia, bem como informações em tempo real sobre desperdício, possíveis falhas de equipamentos e muito mais, atuando assim em tempo real para a otimização deste recurso.
A eficiência energética traz inúmeros benefícios para as montadoras, aumentando a competitividade de toda a cadeia produtiva, estimulando a inovação tecnológica, reduzindo os custos do fornecimento de energia, reforçando a segurança do abastecimento energético, protegendo o meio ambiente e contribuindo para mitigar as alterações climáticas.
O alcance de implementar uma ampla estratégia de eficiência energética vai muito além do chão de fábrica. É uma prática que beneficia não apenas a indústria, mas toda a sociedade.
*Imagem de capa: Depositphotos.com
Gostou? Então compartilhe:
Marilda Cherobim Simoncini
Supervisora do Departamento de Contas Estratégicas Globais (GKAM) na Mitsubishi Electric Brasil
Faça seu login
Ainda não é cadastrado?
Cadastre-se como Pessoa física ou Empresa