por Gabriela Pederneiras    |   09/05/2024

Metodologias de gestão industrial: como escolher?

Exclusiva

Entenda o que olhar na hora de escolher qual metodologia usar na gestão industrial

Existem no mercado diversas metodologias de gestão industrial. É só jogar no Google e é possível encontrar diferentes cases de sucesso de aplicação de cada uma. Mas é preciso um olhar atento para escolher qual manter em cada caso. 

E falamos manter porque, nem sempre, é uma escolha única. A opção pela metodologia A ou B depende do momento da indústria. Pode ser que na fase de aceleração do crescimento faça mais sentido seguir por uma linha e, quando a empresa estiver bem consolidada, por outra. 

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Por isso, mais importante do que seguir algum modismo ou cases de aplicação, é entender o momento da indústria, mapear suas necessidades principais e monitorar o dia a dia para entender se a metodologia está ajudando a resolver os problemas reais. 

Metodologias de gestão industrial

Entre os métodos mais populares, que ajudam diferentes indústrias a alcançarem seu resultados, estão:

Lean Manufacturing

Apesar de ser muito conhecida dentro do ambiente de startups, essa metodologia ficou famosa por conta da aplicação dentro das fábricas da Toyota. O principal preceito dela é uma produção enxuta, focada nas etapas que geram valor para o cliente. Sendo assim, algumas das suas vantagens principais são: melhoria contínua, redução de desperdícios e trabalho em equipe. 


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Alguns métodos podem ser acoplados a ela, como:

  • Total Quality Management (TQM): aqui o foco é a gestão da qualidade. Todas as camadas da empresa olham para esse fator, e seus indicadores, para tomar qualquer decisão. 
  • Total Productive Maintenance (TPM): aqui, a manutenção é o centro. São oito pilares para manter o controle da eficiência dos equipamentos e, com isso, aumentar a produtividade da indústria, com foco sempre na entrega final. 

Além de mapear quais métodos fazem sentido juntar a estratégia Lean, para implementar essa metodologia em uma indústria é comum primeiro identificar qual é o principal valor gerado para o seu cliente. Como esse é o foco dela, é o que guiará as ações. Depois, é preciso mapear o fluxo pelo qual é produzido esse valor, reduzindo desperdícios, mantendo um trabalho contínuo, focado na demanda e eficiência. 

Mapear necessidades principais da indústria é importante para escolher melhor metodologia de gestão. Imagem: Depositphotos

PDCA

Criado em 1924, o método se baseia em quatro etapas para planejar, executar e mensurar todo e qualquer  processo ou projeto dentro de uma indústria. São elas:

  • Plan (planejar): aqui as equipes precisam identificar um problema, definir objetivos e meios para alcançá-los.
  • Do (executar): hora da mão na massa, nesta etapa é preciso colocar em prática o que foi planejado na etapa anterior.
  • Check (verificar): de acordo com as métricas e objetivos estabelecidos no planejamento, é preciso monitorar se as ações executadas estão no caminho certo. 
  • Act (agir): análise final, para entender se o planejamento foi bem executado, se houve desvios e qual ação é necessária a partir daí. 

Essa metodologia é bastante aplicada por ser versátil. Ela pode ser usada em qualquer setor para atividades de diferentes graus de complexidade. A partir dela, todos dentro da indústria podem sempre acompanhar em qual etapa está um processo, quais as métricas de sucesso acopladas a ele e se estão sendo atingidas de maneira satisfatória. 

Six Sigma

Criado na Motorola, esse método tem como objetivo otimizar as operações, aumentando a margem de lucro das empresas. Para isso, ele prevê o mapeamento das necessidades do negócio, formas de mensurar os processos, coleta e análise de dados e controle do custo em todas as etapas, com olhar de curto, médio e longo prazo. 

Existem diversas outras metodologias de gestão de indústrias e cada uma pode ser aplicada em um contexto diferente. A grande questão é: independente de qual será a escolhida, o primeiro passo é identificar qual o foco do negócio, criar ferramentas de mensuração de resultados (sensores para coleta de dados, integração destas informações, sistemas de análise) e, aí, decidir qual método utilizar. 

*Imagem de capa: Depositphotos

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

Gabriela Pederneiras

Perfil do autor

Jornalista e Redatora Especial CIMM & Ind4.0