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Gabriela Pederneira | 15/04/2024
Notícias
Conceitos como o ecodesign têm aparecido com mais frequência dentro da operação dos negócios
Fevereiro de 2024 foi, de acordo com um estudo do observatório europeu Copernicus, o nono mês consecutivo a registrar recordes de calor no planeta. Em 2023, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, já tinha definido o período em que vivemos como “era da fervura global”.
O relatório apontou que fevereiro deste ano teve uma temperatura média global de 13,54ºC, a mais alta já registrada. O cenário escancara a necessidade eminente de encontrar soluções mais sustentáveis em todas as esferas do dia a dia.
Na indústria, não é diferente. Por isso, conceitos como o ecodesign têm aparecido com mais frequência dentro da operação dos negócios.
Parte da chamada economia circular, o ecodesign é uma metodologia que repensa os processos dentro do ciclo de vida de um produto, priorizando ações sustentáveis.
Por muito tempo, a lógica de produção foi linear, ou seja, começava com a extração da matéria-prima, passava pela industrialização e comercialização de um produto, e culminava no seu descarte em algum tipo de lixão.
A economia circular prevê repensar essa estrutura, fazendo com que a forma de obtenção da matéria-prima seja mais orgânica e sustentável, assim como o reuso do produto. Em algumas cadeias, o produto é pensado de tal forma que, após seu uso, seus componentes virem nutrientes que fortaleçam o crescimento de mais matéria-prima, quando esta é vegetal.
Em outras, onde a matéria-prima não pode ser plantada, é prevista uma lógica onde o produto pode ser desmontado após seu uso, para que seus componentes deem forma a uma nova mercadoria.
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O ecodesign entra para desenhar esses modelos, identificando em cada parte da produção quais as melhores práticas, ferramentas, materiais e técnicas para gerar uma manufatura sustentável.
O manual de Ecodesing InEDIC 2011 estima que 80% dos impactos ambientais relacionados com o produto são determinados na fase do design. Portanto, partindo desta metodologia, é possível desenhar uma produção adequada às necessidades do planeta.
Essa abordagem pode ajudar as indústrias a reduzirem os impactos ambientais e otimizarem o uso de energia e matéria-prima. Além disso, os produtos provenientes das fábricas que empregam essa prática tendem a ter maior qualidade e durabilidade. Isso faz com que o valor agregado seja amplificado e melhor percebido pelos consumidores.
Muitas indústrias, principalmente do setor têxtil, já adotam essa abordagem. No campo da tecnologia, a Siemens é um exemplo. A empresa tem um programa chamado Eco Efficiency Siemens, que prevê o desenvolvimento de produtos responsáveis de uma cadeia de suprimentos limpa e um plano para maior eficiência nas operações próprias.
Assim, a indústria está sempre revendo seus produtos e processos para submetê-los a metodologias de ecodesign, além de analisar as matérias-primas para desvinculá-las do uso de recursos naturais, aumentando o uso de materiais secundários. E, por fim, monitorar e regular a gestão eficiente de recursos dentro de suas plantas..
A implementação desta abordagem, no entanto, depende da estrutura e modelo da indústria. Mas o fato é que qualquer fábrica pode adequar seus processos ao ecodesign, contribuindo para um futuro mais sustentável.
*Imagem de capa: Depositphotos
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