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João Marcio Tosmann | 21/09/2021
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Para desenergizar um disjuntor ou interruptor é necessário fazer uma série de procedimentos para que o trabalhador tenha total segurança na instalação elétrica. A Norma Regulamentadora que estabelece os requisitos e condições mínimas de controle e sistemas preventivos que envolvem serviços com eletricidade é a NR-10. Segundo o item 10.5 da Norma Regulamentadora 10, são consideradas desenergizadas apenas as instalações elétricas que obedecem a seguinte sequência abaixo:
Vale frisar que o processo de desenergização deve ser realizado com todos os equipamentos de proteção necessários e estipulados pelas NRs. Mas afinal, o que é e como deve ser feito esse procedimento?
Instalações elétricas frequentemente precisam de manutenções preventivas e corretivas para não causar nenhum dano ao meio de produção. E, para isso acontecer, é indispensável que o trabalhador encarregado realize o procedimento de desenergização da máquina para garantir total segurança durante a manutenção.
A desenergização nada mais é do que a ausência de corrente elétrica circulando pela instalação, o que evita qualquer risco de acidente por descarga elétrica. Isso impede qualquer religamento acidental ou por outros fatores. Para isso, a NR-10 estabelece que uma instalação energizada é aquela com tensão igual ou superior a 50 volts em corrente alternada ou superior a 120 volts em corrente contínua. Apenas instalações com tensão menor do que as mencionadas são consideradas aptas para os trabalhadores realizarem manutenções ou qualquer outro procedimento.
Vamos seguir o passo a passo de acordo com a Norma Regulamentadora em questão.
Nesse primeiro passo é feito o seccionamento da instalação, ou seja, o desligamento, interrompendo o fluxo de eletricidade. De acordo com a NR-10, apenas o local onde será realizado o trabalho deve ser seccionado. Para esse processo pode-se utilizar dispositivos como chave seccionadora, disjuntores, interruptores ou outros equipamentos, sempre de acordo com a necessidade.
Agora é necessário impedir o processo de reenergização através de dispositivos de bloqueio, como cadeados. Isso vai assegurar que o controle do seccionamento e impedir que outros trabalhadores energizem acidentalmente a instalação em que o trabalho está sendo feito.
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É importante frisar que a reenergização será realizada apenas após a autorização dos envolvidos no trabalho.
Após o seccionamento e o bloqueio, o trabalhador deve fazer a medição do circuito onde será realizado o trabalho, garantindo que não tenha corrente elétrica. Esse processo é de extrema importância, pois valida que os trabalhos anteriores foram feitos da maneira correta e que o processo de desenergização está no caminho correto.
Nessa etapa é feito o aterramento temporário que deverá ter ligação com uma haste conectada na terra. A equipotencialização dos condutores dos circuitos é a verificação de que a instalação esteja no mesmo potencial que a terra, diminuindo ainda mais os riscos de acidentes de trabalho com energia elétrica.
O primeiro passo desse item da NR-10 deve ser a definição da área controlada. Depois, é preciso fazer a verificação do espaço para garantir que nenhum elemento esteja energizado. Caso seja necessário, é preciso fazer a proteção por meio de mantas isolantes ou outros dispositivos.
Para completar o processo de desenergização, é indispensável que o bloqueio também seja sinalizado por meio de etiquetas, placas ou outros equipamentos de bloqueio que evidenciem o impedimento de reenergização. Isso fará com que os outros trabalhadores visualizem qual trabalho está sendo feito, quem está realizando e, consequentemente, que ele não deve mexer na instalação até que o serviço seja finalizado.
Após todos esses procedimentos que envolvem o seccionamento, bloqueio da tensão, travamento, aterramento, verificação da energização do equipamento e sinalização do trabalho, o funcionário responsável poderá realizar o trabalho de manutenção na instalação elétrica com total segurança. Lembrando que também é preciso utilizar todos os EPIs e EPCs necessários para o trabalho em questão.
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João Marcio Tosmann
O autor é formado em Engenharia Elétrica, com ênfase em Eletrônica, pela PUC-RS, com pós-graduação em Administração Industrial pela USP e MBA em Marketing pela ESPM. Atualmente é diretor da Tagout, indústria de produtos de Bloqueio e Etiquetagem que oferece consultoria, treinamento e elaboração de procedimentos para implantação do Programa de Controle de Energias Perigosas (PCEP).
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