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Marcio Rodrigues da Silva | 17/06/2020
Notícias
Com o aumento dos casos de infecção pelo coronavírus, a preocupação em relação à higiene pessoal e manuseio em superfícies de contato cruzado redobrou. Nunca antes se falou tanto disso. O isolamento social também foi inevitável, mas quando sair de casa é imprescindível, é preciso evitar também tocar em superfícies como corrimões, barras de apoio em metrôs e ônibus, maçanetas, móveis, puxadores, entre outras. O que muitos talvez não saibam é que alguns materiais são mais eficazes para reduzir a quantidade de bactérias e vírus e agem muito mais rápido contra a proliferação, comparado a outros materiais. Esse é o caso do cobre.
O cobre além de ser conhecido por sua grande aplicabilidade, usado em larga escala para a produção de produtos como fios elétricos, tubos industriais, material hidráulico e tantas outras, também apresenta excelentes resultados de ação antimicrobiana, agindo com eficácia na redução significativa da atividade de bactérias, fungos e vírus, fato comprovado em pesquisas científicas iniciadas na década de 90 e início dos anos 2000.
O motivo pelo qual o cobre deixa inativos diversos tipos de bactérias, fungos e vírus está ligado diretamente à sua capacidade de aceitar ou doar facilmente seus elétrons (ou seja, apresenta uma alta oxidação catalítica e um alto potencial de redução). Nos vírus, por exemplo, esta propriedade química permite que os íons de cobre destruam as enzimas envolvidas nos mecanismos de reprodução, além de danificar a proteína de envoltura e ácido nucleico.
Atenta a estas características, em 2008, a Agência de proteção Ambiental Norte Americana (US EPA - United States Environmental Protection Agency) reconheceu o cobre como metal antimicrobiano natural, e passou a definir as superfícies de cobre como autossanitizantes. O interessante é que esta característica permanece mesmo quando o metal está oxidado, com aspecto escurecido, ainda que sua cor natural pode ser recuperada com um simples processo de limpeza.
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Diante disso, diversos países da América do Norte, do Sul e da Europa promoveram iniciativas para o uso do cobre em locais com superfícies de contato em locais de alto fluxo de pessoas, tais como edifícios, complexos comerciais e de transporte, além de locais que sediam serviços de saúde, como clínicas e hospitais públicos e privados. No Brasil, foram feitas algumas iniciativas pontuais, principalmente voltadas para mobiliários hospitalares e demais superfícies de contato, como maçanetas e corrimãos. O emprego de cobre exige um maior investimento inicial, porém se for levado em consideração o valor agregado que o material traz, o retorno sobre o investimento é muito rápido, principalmente se for considerada a redução de despesas decorrentes da minimização de índices de infecção hospitalar e de transmissão de doenças.
No caso específico do coronavírus, as propriedades antimicrobianas do cobre estão sendo testadas pela comunidade científica e os resultados preliminares são bastante promissores. Uma pesquisa recente, publicada na Revista de Medicina New England, calculou pela primeira vez o tempo de sobrevida do novo Coronavírus fora do corpo humano. Antes, já era de conhecimento científico bons resultados em estudos relacionados ao Sars-CoV-1, que causou uma epidemia na Ásia nos anos 2000. Esta discussão já foi objeto de pautas em publicações especializadas em construção e arquitetura.
Diante da sensibilidade atual do tema, e todas as consequências que a pandemia tem gerado, mesmo que os resultados dos estudos com a Sars-Cov-2 são preliminares, algumas ações preventivas já podem e devem ser tomadas para ajudar a propagação dessa e, de qualquer outra carga viral ou bactericida. Engajada na luta contra a Covid-19, a Termomecanica, por exemplo, instalou superfícies de cobre em corrimãos, catracas e puxadores de portas localizados nas regiões de maior circulação de pessoas dentro de suas dependências. Uma ação simples, rápida e adicional - afinal, o uso dessas superfícies não elimina a necessidade de outras ações de higiene pessoal – mas, que pode fazer a diferença.
Em suma, sabe-se que são necessárias medidas urgentes que promovam a locomoção segura, preservando a saúde das pessoas. Essa pandemia está trazendo algumas lições e uma delas é que podemos nos antecipar e nos preparar estruturalmente para combater estes inimigos invisíveis. Por isso, essa é a hora de prestarmos atenção na eficácia da aplicação de materiais como o cobre em locais com alto fluxo de pessoas, como instalações de transporte, edificações hospitalares, escolares, governamentais e de órgãos públicos, até porque outras doenças virão.
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Marcio Rodrigues da Silva
Marcio Rodrigues da Silva é Coordenador do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensaios da Termomecanica.
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