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Guilherme Alfredo Kastner    |   10/02/2016   |   Projeto Descomplicado   |  

Revisões ou novo código? Só o tempo dirá.

Do conceito do desenvolvimento ao problema da macrogestão

Um dos primeiros assuntos que trago para a coluna é a abordagem do perigo da falta de planejamento em um processo de edição de projetos. Como técnico de aplicações, tenho de implantar ferramentas para auxiliar os projetistas a se coordenarem com ferramentas CAD, mas têm coisas mais elementares que propriamente o software.

Para ilustrar o tópico principal, teremos de lembrar e elucidar o princípio do planejamento de um produto desenvolvido em uma empresa: 

  • Ideia inicial – Onde é definida a origem de um produto a ser desenvolvido.
  • Projeto – Onde nasce o desenvolvimento do item, com os desenhos, seleção de material, cadastro de estrutura em sistema.
  • Protótipo – Onde é desenvolvida a amostra de testes do item em desenvolvimento.
  • Produção – Liberação do item em definitivo para a fabricação e comercialização.

O que temos de lembrar é que o produto desenvolvido pode vir a sofrer diversas alterações antes de ser liberado a produção e comercialização na empresa. Até aí tudo bem, né? Mas qual o problema principal na histórinha que eu ilustrei acima, né?

Temos que lembrar que cada alteração de projeto necessita seguir um processo semelhante ao seguido abaixo:

  • Abrir uma ordem de serviço de engenharia para a alteração do projeto;
  • Desenvolver em ferramentas as alterações;
  • Seleção de eventuais novos materiais ou matérias primas;
  • Cadastro da nova estrutura de itens no sistema ERP da empresa;
  • Envio do projeto para métodos e processos;
  • Definição de novos processos de corte, usinagem, pintura, etc.

Todo o processo acima pode ser agilizado com ferramentas adequadas e integradas como, na ferramenta CAD com PDM, uma exportação integrada do CAD com o ERP, atualização com regeneração automática do programa CNC em ferramentas adequadas. Lembrem-se que nada acaba surtindo efeito se os processos de vendas, engenharia e fábrica estiverem bem definidos. 


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O que realmente é necessário ser feito? 

Muitas vezes o que observo em minhas visitas a clientes é a falta da centralização da engenharia de produto como a mente da empresa. Vou mais longe, em muitos casos, o coração das empresas acaba sendo a área comercial e a equipe de desenvolvimento um custo necessário para a entrega do produto.

Eu consideraria um exemplo de estrutura ideal, me acompanhe no raciocínio antes que desistam deste texto:

  • A engenharia deveria decidir o produto principal como sendo a base de vendas da empresa. 
  • Também é função da equipe de desenvolvimento definir alguns itens como: 

                  - Limites de dimensionais do equipamento como cargas e tamanho físico do item em desenvolvimento 
                  - Acessórios opcionais inseridos no equipamento

Com esse escopo montado, pode-se definir uma espécie de cartilha ou sistema de vendas, para que se possa evitar situações desagradáveis na venda. 

Imaginem se um representante comercial promete algo que não pode vir a ser cumprido? 
Como a engenharia teria a certeza que deve partir para a variação de um produto existente ou a revisão de um item de linha? 

Sem essas definições, não existirá a possibilidade da implantação em uma equipe de projetos de uma ferramenta como o SolidWorks PDM para gerenciamento de projetos ou o DriveWorks para a automação deles. 

A função da engenharia é jogar a favor da empresa e proteger os outros setores.

Códigos novos, na maioria das vezes funcionam
 
Na maioria das vezes, para que não seja perdida uma venda, o representante comercial trata de customizar um produto da empresa que era padrão. Não há como negar, melhor perder mais tempo customizando um projeto do que produzindo o ócio na empresa.

Se a customização for prevista em venda, pode-se utilizar recursos de cópias de estruturas como as existentes no SolidWorks PDM professional, onde ele é capaz de reconhecer itens padronizados e manter intactos como bibliotecas de itens comerciais e semelhantes, e variar outros pontos do projeto.

Revisões desnecessárias causam diversos problemas na fábrica.

  • Como saber se a fábrica está com a versão correta de impressão do projeto? 
  • Como garantir que eu recupere versões anteriores de métodos e processos em sistemas ERP? 
  • Existe a certeza que os programas CNC foram refeitos? 
  • Como remontar a estrutura anterior de itens para assistência técnica do item desenvolvido? 

Lembre-se, idealmente como engenharia, um sistema de PDM resolve os itens acima junto ao CAD. Mas e o que está além dele? Como se resolve?

Revisões de produto são necessárias, sim... Mas não é algo que deve ser executada na medida que cada venda ocorre. A estrutura de engenharia tem que estar alinhada para que diversos itens fiscais sejam coordenados de maneira lógica. Por mais que muitos se esqueçam, a estrutura de produtos é utilizada para os seguintes itens:

A alteração desnecessária e de forma súbita do projeto pode vir a nos levar a tomar multas por problemas fiscais, ou perder dinheiro por uma falta de cobrança adequada de créditos. 

Software é um caminho, não a solução 

Claro que os produtos associados como o SolidWorks PDM e o DriveWorks atendem a múltiplas empresas mas o dever que listei acima deverá ser executado com paciência para que não sejam apenas gastos anuais nos orçamentos das empresas.

Senhores, comentem à vontade, gostaria de ouvir comentários e reflexões sobre o assunto. 

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.
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Guilherme Alfredo Kastner

Técnico de aplicações da SKA Automação de Engenharias desde setembro de 2004. Trabalhou com diversas Soluções Autodesk, SolidWorks. Nos últimos anos o trabalho tem sido focado na melhoria da comunicação das engenharias com os seus clientes dentro das corporações como a fábrica, administrativo e outros setores.


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