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Tulio Duarte    |   21/08/2015   |   Qualidade e produtividade   |  

Evite o caos: gerenciar a qualidade com limites de especificação x limites de controle

Como evitar o caos diário no controle de qualidade e não apenas cuidar para não produzir errado, porém também conseguir extrair a melhor qualidade da produção.

Gerenciamento da Qualidade com Limites

Quando montado um controle de qualidade num processo de manufatura utilizando CEP (Controle Estatístico de Processo), você pode definir 2 tipos de limites:

  • Limites de Controle: Que são os limites do equipamento, faixa em que o equipamento opera sem causas especiais, popularmente chamado de “Voz do Processo”
  • Limites de Especificação: Que são os limites de engenharia, popularmente chamado de “Voz do Cliente”. Geralmente o quanto a peça deve medir no mínimo/máximo independente da onde ela foi feita.

Definir o controle de qualidade de um processo de manufatura com CEP utilizando os limites de controle ajuda a entender o comportamento do processo e do que ele é capaz sob certas condições. É possível ter previsibilidade e antecipar problemas. Ou seja, ao longo do tempo isso ajuda a empresa a acumular conhecimento sobre o processo e minimizar problemas.

Definir o controle de qualidade de um processo de manufatura com CEP, utilizando apenas os limites de especificação, faz com que as pessoas vejam as coisas de forma binária, do tipo, isso tá bom e isso tá ruim. E todos trabalham para que as coisas fiquem boas, sem se preocupar em entender o que acontece ou acumular conhecimento, e é isso que vou detalhar abaixo.

Ou seja, a empresa começa a vive diariamente 2 momentos:

– O de “tranquilidade dos ignorantes”: enquanto as medições tão dentro da faixa dos limites de especificação ninguém faz nada, todo mundo fica feliz e coloca como prioridade fazer outras coisas que não se atentar aos processos.

– O de “inferno total”: enquanto as medições estão fora da faixa dos limites de especificação todo mundo corre “que nem louco” e as pessoas ficam nervosas. O caos se instala, até que as medições voltem a ficar dentro dos limites de especificação.

E assim este ciclo binário acontece dia após dia.

O pior é que para evitar este ciclo binário, um dos três comportamentos acaba acontecendo na empresa:

  1. As pessoas começam a trabalhar para melhorar o controle da qualidade (provavelmente vão aplicar as melhores práticas, inclusive a adoção e gerenciamento pelos limites de controle)
  2. As pessoas começam a distorcer o controle da qualidade (provavelmente forçar artificialmente o processo para que as medições fiquem dentro dos limites de especificação)
  3. As pessoas vão distorcer os dados (provavelmente vão mentir mesmo nos resultados obtidos)

Por isso, a importância de escutar e entender a “Voz do Processo”, ou seja, os limites de controle.

Como é isso na sua empresa? Deixem nos comentários para discutirmos sobre isso!

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.
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Tulio Duarte

O autor é formado em Ciências da Computação pela UFSC onde também cursou mestrado. Trabalha desde 2002 na HarboR Informática Industrial, empresa que desenvolve soluções para controle de produção e controle de qualidade. Neste período atuou em mais de 100 projetos de controle de produção e controle de qualidade para indústrias de todos os portes do Brasil e de outros países como Canadá, Estados Unidos, México, Colômbia, Chile, Uruguai, França, Itália, Eslováquia e China. É também co-fundador e atual presidente do grupo Vertical Manufatura da Acate, um grupo que aproxima empresas de tecnologia e indústria de manufatura para discutir e desenvolver soluções que visam a diminuição de custos, aumento de qualidade e produtividade, assim como o cumprimento de normas legais e diminuição de recalls.


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